Sábado, 22 de Maio de 2010
De M. Oliveira a 30 de Maio de 2010 às 18:06
A cancela, humilde mas altiva, desafia com o olhar o castelo altaneiro, palco de muitas batalhas e de muitas ocupações, que se perdem na noite dos tempos.
A natureza foi generosa nestas paragens e Castelo Rodrigo, do alto da serra da Marofa, desfruta dessa beleza até o olhar se perder na distância, dominando o planalto, que se estende até ultrapassar a fronteira. E perde-se, também, nos olivais, nas vinhas, nos amendoais, plantados num tapete de flores amarelas e brancas, em todas as Primaveras da nossa alegria.
As casas medievais, as ruas, as pedras, os fontanários, os monumentos, são registos históricos desta terra, que foi sede de concelho mais de seiscentos anos.
Descobrir a natureza de todas as coisas nos sinais deixados outrora é um desejo, um forte desejo, de quem se embrenha por essas ruas, por esses caminhos, fazendo os percursos da história e da solidão:
O Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, a igreja de Nossa Senhora de Rocamador, a muralha, as ruínas da muralha, o pelourinho quinhentista, as ruínas do palácio de Cristovão de Moura, um passado feito de mistérios e de glórias, de vitórias e derrotas, de gentes que moldaram a história e construíram as suas memórias.
Quando cai a noite, a cancela continua com o olhar fixo na distância, enquanto se ouve, vindo de longe o som desta cantiga:
Ó que linda rosa branca
Aquela roseira tem
Debaixo ninguém lá chega
Lá cima não vai ninguém...
Comentar post