De Ana a 15 de Maio de 2010 às 09:14
Lindas Fotos !!
Que frescura.
De M. Oliveira a 18 de Maio de 2010 às 21:12
A cancela, singela e despertensiosa, guarda o campo de centeio e guarda as flores amarelas. Foi protagonista de histórias de labor sofrimento, quando o tempo era marcado pelas estrelas do céu.
O caminho, que se perde nas sombras e no silêncio, atravessa os dias que se arrastam para o ocaso.
Já teve alegria, vida, vozes, bulício... quando os carros chiavam , carregando os molhos de centeio para a eira, onde haviam de ser malhados e transformados no pão da tradição, alegria de todas as mesas.
Já teve a sinfonia dos chocalhos e campaínhas dos rebanhos e as cantigas dos pastores.
Já ouviu a voz dolente, arrastada, dos segadores, levando o ramo da segada ao patrão, quando o sol se perdia no horizonte:
De baixo da oliveira
Não se pode namorar,
ai, ai, ai, tem a folha miudinha,
ai, ai, ai, deixa passar o luar.
À entrada de S. João
Está uma ribeirinha
ai, ai, ai, onde vão os segadores
ai, ai, ai, ao domingo à tardinha.
A oliveira do Adro
Tem a folha recortada
Ai, ai, ai, viva o nosso patrão,
Ai, ai, ai, por nos dar esta jornada.
Oliveira pequenina
Que azeitona podes ter,
Ai, ai, ai, terás uma, terás duas,
Ai, ai, ai, terás as que Deus quiser.
Varejai varejadores,
Apanhai apanhadeiras,
Ai, ai, ai, apanhai enquanto é tempo,
Ai, ai, ai, as raparigas solteiras.
E a cancela vai cantando, baixinho, esta cantiga que guarda na memória e que jamais esquecerá...
Comentar post