Sábado, 10 de Abril de 2010

Foto de Maria da Graça Gomes
De M. Oliveira a 10 de Abril de 2010 às 08:05
Há uma magia, uma perturbadora magia, em cada cancela que vislumbro.
Ela, a cancela, condensa toda a pureza e autenticidade do mundo rural; faz renascer o passado nas reminiscências de outrora, e da terra onde nasceu.
Um oceano de sentimentos límpidos, transparentes, envolve a cancela e o caminho, onde nascem flores de pétalas garridas que perfumam e dão vida. E nesse emaranhado de flores, oiço a Primavera chegar!
No silêncio desses caminhos, quando o vento sopra suavemente, cultiva-se a solidão e as sombras...
E ao abrir a cancela deparamos com um mundo de emoções e memórias: dos ribeiros e regatos de águas refrescantes; dos caminhos estreitos onde passam, à noitinha, os rebanhos, a chocalhar, seguindo o pastor; das ceifas, das malhadas e das cantigas que pontuavam todas estas lides; do Natal, da matança do porco e da Páscoa; do pão quente a sair do forno; das regas, das mondas das festas e romarias; do toque das trindades...
Só se fecha a cancela quando os passos da luz se afastam na montanha e escondem a imponência do Marão.
De ARPires a 18 de Agosto de 2010 às 11:08
Partilho do mesmo tipo de sentimentos quando vislumbro cada cancela.
Será o Marão que nos marca desta forma profunda, que nem o ferro em brasa marca a rês!
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