Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2010

Foto de J. P. Nascimento
De M. Oliveira a 18 de Fevereiro de 2010 às 08:55
Empoleirada no alto da escada, a cancela, altiva e vaidosa, atira trovas ao vento e sonha com um príncipe, encantado ou não, que lhe dê um amor verdadeiro, a leve dali para longe e a faça feliz para sempre.
Já viveu um grande amor que a fazia suspirar e lhe embargava a voz das cantigas.
Tanto que ela lhe queria bem!...
Acabou quando o encontrou abraçado a outra, lá no baile da terra.
Chorou? Não.
Dançou com todos, riu e contou piadas, toda a tarde, mas regressou a casa de alma limpa.
Ninguém brinca com esta cancela!
Hoje continua atrevida, debruçada sobre a rua,
"atirando-se" a quem passa.
Continua, também, a desperdiçar alegria e a lançar cantigas ao vento:
Ó Vila Real alegre
Província de Trás-os-Montes
No dia em que te não vejo
Meus olhos são duas fontes.
Comentar post